A China é o maior mercado automotivo do mundo. Isso significa que há espaço para muitas marcas e modelos. Mas a Volkswagen vai além ao ponto do exagero. A marca alemã tem uma das linhas mais extensas de carros e que consegue cobrir cada vírgula de subsegmentos dentro de categorias de sucesso – em especial os SUVs e sedãs amados pelos chineses.
Prova disso é que a atual linha de carros da Volkswagen na China conta com nada menos do que 15 sedãs diferentes e absurdos 23 SUVs. Apenas para critério de comparação, no Brasil a linha completa de modelos da VW é constituída por 11 carros, sendo desses apenas 3 SUVs e 3 sedãs – número que descerá para 2 sedãs em 2023 com a morte do Voyage.
Mas por que e para que tantos modelos? Existe uma explicação bem interessante para isso. Basicamente a linha de carros da Volkswagen tem o dobro do tamanho que deveria por conta de suas sócias. Para atuar na China antigamente, as marcas precisavam se associar a empresas locais, tanto para permitir importação, quanto produção local.
A Volks tem duas dessas joint-ventures. A primeira foi criada com a SAIC em 1984 para a produção do Santana. Depois, veio a junção com a FAW em 1991. Ambas seguem firmes e fortes até hoje, só que a alemã precisa agradar às duas. Com isso, cada modelo lançado pela SAIC-VW precisa ter um equivalente FAW-VW e vice-versa.
Isso criou algumas redundâncias como T-Cross e Tacqua, que são o mesmo carro, mas com para-choques diferentes. Existem modelos equivalentes, mas com diferenciações visuais mais profundas, como Tayron e Tiguan. Já outros como Touareg e Golf não contam com esse tipo de logística.
23 SUVs Volkswagen
A lista de SUVs da Volkswagen é bem complexa, mas para facilitar as coisas, vamos dividir entre cada sócia. Do lado SAIC, a linha começa com o T-Cross, modelo de entrada da marca, mas que tem visual igual à variante vendida na Índia. Depois, a marca oferece o Tharu, SUV médio que deu origem ao Taos aqui no Brasil.
Tiguan conta por três na China, porque tem a versão regular curta, o Allspace (que lá é chamado de Tiguan L) e o inédito Tiguan X, versão cupê do SUV e que foi lançada em 2020. No topo da gama de modelos da SAIC-Volkswagen está o Teramont de sete lugares e sua versão cupê Teramont X.
No segmento elétrico, a SAIC tem ID.4X, que tem desenho substancialmente diferente da versão internacional e o ID.6X, que é vendido somente na China. Aliás, de todos os modelos citados, somente Tiguan, Tiguan L / Allspace e T-Cross não são modelos totalmente exclusivos do mercado chinês.
Do lado FAW, a linha começa com o Tacqua, que é o T-Cross com visual igual à versão europeia, mas com entre-eixos do modelo brasileiro. Equivalente ao Tharu, está o T-Roc também igual ao vendido na Europa. Já para o segmento médio, a Volkswagen tem Tayron e Tayron X como equivalentes de Tiguan e Tiguan X.
Os gigantescos Talagon e Tavendor fecham, a lista de modelos a combustão e ambos são exclusivos da VW China. Os elétricos são representados por ID.4 Crozz e ID.6 Crozz. Diferentemente da SAIC-VW, todo Volkswagen FAW tem design igual ao modelo internacional / europeu. De todos os SUVs, o único importado é o Touareg.
Até o Santana
Se no Brasil o segmento de sedãs perde modelos a cada ano, lá na China ele segue firme e forte. Aliás, os chineses são os grandes responsáveis por salvarem diversos modelos nessa categoria que ainda é extremamente popular, apesar da ascensão dos SUVs. Contudo, são menos modelos: 15 contra 23.
Diferentemente dos SUVs, os sedãs aqui serão divididos por porte, não pelas sócias. São menos modelos e fica mais fácil identificar o modelo por porte, já que não há subcategorias como nos SUVs. A linha de entrada da Volkswagen é representada pelo Santana, extremamente popular por lá e que usa base de Voyage.
Acima deles, a Volkswagen tem o Lavida e o Bora Classic, ambos com base de Golf MK4 e porte de Virtus. Recentemente ambos ganharam uma nova geração, chamadas de New Lavida e Bora – as gerações anteriores seguem em linha por isso o nome diferente.
Para o segmento médio, a Volkswagen tem o Sagitar, que é o nosso Jetta. Por lá, o nome Jetta agora pertence a uma marca inteira de modelos diferentes. Há ainda o Lamando L, que tem estilo de cupê de quatro portas, servindo de alternativa bem mais esportiva ao Jetta.
Acima temos Passat e Magotan. Aqui as coisas ficam um pouco confusas, pois o modelo que chama Passat tem visual único e é exclusivo da China. Antes ele compartilhava estilo com o Passat europeu, mas a recente nova geração mudou isso. Agora, o Magotan é o Passat europeu, que segue em linha na China mesmo com a baixa do modelo no Velho Continente.
A Volkswagen da China ainda tem a segunda geração do CC, que é chamada lá fora de Arteon. Esse seria o fim da linha de sedãs da marca alemã em qualquer país, tendo o Arteon / CC como modelo de topo. Mas não na China, que ama sedãs enormes e luxuosos. Por isso, por lá o Phaeton ganhou um substituto tão refinado quanto, o Phideon.
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